Esses dias meu pai colocou um CD das antigas e tinha uma música com uma letra lindíssima. Não tem como não me colocar no lugar dos meus ancestrais nordestinos que comeram o pão que o diabo amassou. Meu avô chegou no porto de Porto Alegre com 17 anos, meia dúzia de pratas na mão, dois ou três fios de cabelo de barba e um coração transbordando de sonhos. Jogou uma das poucas moedas que tinha no lago Guaíba pra dar sorte, suspirou e pisou firme em solo gaudério. Segue abaixo o link com a música no youtube e a letra:



Flor da Paisagem - Raimundo Fagner

Teu zói é a flor da paisagem
Sereno fim da viagem
Teu zói é a cor da beleza
Sorriso da natureza

Azul de prata, meu litoral
Dois brincos de pedra rara
Riacho de água clara
Roupa com cheiro de mala
Zóim assim são mais belos
Que renda branca, que renda branca, que renda branca na sala
Quem vê nêo enxerga a praia
Nóis no lençol, nóis no lençol , nóis no lençol de cambraia

Teus zói no fim da vereda
Amor de papel de seda
Teus zói que clareia o roçado
Reluz teu cordão colado

que renda branca na sala ...
nóis no lençol, nois no lençol ...
de cambraia!
Message
20:37 | Author: Baile Átha Cliath
I promissed myself at the end of my time in Dublin and afterwards to my good friend Smaro in Spain that I would write down a post in english to be read by all of my friends around the world. I know it might sound too dramatic, but it really means something to someone like me from south Brazil to leave this text written as a conexion of somehow. Most of my friends from abroad are Europeans and they are used to get in touch with people from other countries a lot more than I do. It wouldn't be fair trying to name every meaningful experience I had that brought me huge amounts of knowledge. I can only be thankful to all the people I met and somehow changed my point of view in so many different subjects - making me a better person than I was.
I've posted this piece of text before in this blog. But once again I'll paste it here because I find it beautiful - it was told by Balint, a Hungarian friend of mine:

"If you are someone that have never travelled before, you´ll probably find your hometown the best place in the world, and wouldn´t be able to call anywhere else in the world your home.
And then you decide to get yourself a little adventure to broaden your horizons by going to another city in another country. Time passes by, you feel ups and downs, but in the end you find that place good enough and set it as a place you could call your home as well.
Once again you get to know other places and, through the same process, you end up putting this new place in your list of places you could call home.
It happens over and over again and then you finaly realize that it doesn´t really matter where you go but how good you feel about yourself. Because you are your home, your body is your home, the home of your mind/soul. So as long as you know yourself and are satisfy about yourself you´ll be fine wherever you go".

Miss you all, see you around!
Esboço de TCC - quem dera!
02:50 | Author: Baile Átha Cliath
Nesses dias de ócio que tive em janeiro, incluindo meu subaproveitamento no escritório onde comecei a trabalhar, comecei a compilar textos que eu tinha escrito a fim de montar uma linha de raciocínio suficientemente persuasiva. Estou na reta final da leitura do livro do Naredo onde tenho encontrado inspiração de sobra pra falar sobre temas tão importantes como sustentabilidade, economia, sistema econômico e etc. É uma pena que não existam muitos autores tão revolucionários como ele ou que minha ignorância me impeça de conhecer mais referências, de qualquer maneira, segue abaixo um texto que acho bastante interessante de autoria própria. Bebi muito na fonte do Naredo, o que pode deixar o texto bastante parcial, mas definitivamente ele não foi a única fonte e acho que estou no caminho para encontrar um meio termo saudável sobre o tema.


As palavras crescimento e desenvolvimento são comum e propositalmente confundidas. O
crescimento é uma medida que leva em consideração apenas a variação percentual do PIB/
faturamento de um país/empresa de um período a outro anterior – geralmente analisado
anualmente. O PIB/faturamento é a soma das riquezas produzidas por um país/empresa
em um determinado período de tempo. O desenvolvimento, por outro lado, é um conceito
muito amplo e complexo. Leva em conta fatores sociais, por exemplo. Um país pode ter
crescimento real em termos de PIB de um ano para outro e apresentar um menor grau de
desenvolvimento, por exemplo. Isso poderia acontecer no caso de uma piora na distribuição
da riqueza, em que poucos teriam acesso a esse maior volume de riqueza e grande maioria
ficaria condenada a dividir migalhas cada vez menores. Fazendo uma analogia ao caso da
empresa, considerando o faturamento constante desta ao longo de alguns anos, neste período
de tempo poderia ocorrer uma melhor produtividade oriunda de políticas de coesão e sinergia
do grupo, ou uma melhora nas condições de trabalho através da instalação de um ventilador
de teto/cadeiras mais confortáveis e assim por diante. Não significando um aumento no
faturamento uma melhora nas condições de trabalho. A cultura brasileira é diversa por
natureza. Temos todas as cores, odores e dores possíveis representadas na nossa sociedade.
Mas porque insistimos em sermos referência no quesito diversidade socioeconômica? Temos
desde o mais miserável até o mais rico, sendo o caminho entre estes separado por uma
parca classe média. Delfin Neto, ex-ministro da fazenda do Brasil é um dos responsáveis por
este desastre. Quando, na década de 70, tivemos um grande aumento na riqueza do país
(com taxas superiores a de países como Japão, por exemplo) ele propôs a idéia de que é
preciso “fazer o bolo crescer para depois dividir”. O bolo cresceu, hoje em dia é o sexto maior
bolo do mundo, mas a promessa da divisão ficou esquecida.

É recorrente e sistemática a idéia de que o crescimento é necessário – isso é manifestado
insistentemente pelos nossos representantes como a presidente da república, mas será que
sendo a sexta maior economia do mundo precisamos nos preocupar tanto com esse fator?

Na declaração da presidente Dilma Rousseff feita na primeira quinzena do mês de setembro
em São Paulo: “A melhor forma de resistir à crise é não ficar de braços cruzados, não nos
atemorizar, mas continuar consumindo, produzindo, investindo em infra-estrutura, plantando,
colhendo e assegurando às nossas indústrias o seu componente nacional”. Ou seja, a noção
de desenvolvimento está intimamente relacionada com a idéia de consumo. Essa conclusão é
sustentada pela declaração de Victor Lebow (1955):

“nossa economia tremendamente produtiva exige que
façamos do consumo nosso modo de vida, que convertamos
a compra e uso de produtos em rituais, que busquemos no
consumo a satisfação espiritual e do ego”.


Que tal se optarmos pelo desenvolvimento e deixarmos de lado um pouco essa babilônia
que é o crescimento. Uma política de desenvolvimento que refletiu positivamente tanto na
área social quanto econômica foi a distribuição de bolsas pelo governo federal como no Bolsa
Família. Essa política colocou comida na mesa de pessoas que passavam fome e as incluiu
no mundo do consumo, ainda que de maneira precária. Os reflexos foram a criação de uma

demanda interna que atenuou os efeitos da crise financeira internacional – com a crise, houve
uma diminuição nas exportações para muitos países, que foi parcialmente compensada por
este novo mercado de consumidores. Seria então a resposta para os problemas o incentivo
ao consumo? Sim, pelo menos é isso que a mídia e nossos representantes nos comunicam
todos os dias através de declarações e ações como a redução no IPI para automóveis, redução
da taxa básica de juros entre outras medidas. Seguindo esta lógica, podemos relacionar o
crescimento com a expansão do consumo que, por sua vez, supõe um aumento de produção
– que geraria mais empregos, giro de capital e etc. Parece que esta teoria está redondinha,
formulada para o sistema capitalista que vivemos. O sucesso deste sistema consistiria no
constante crescimento dessa geração de riqueza, se todos os países do mundo crescessem
10% ao ano pelos próximos 40 anos, provavelmente os partidos de esquerda e correntes
mais sociais seriam praticamente extinguidas por falta de argumento ante o grande êxito do
capitalismo.

A seqüência de acontecimentos e conseqüências oriundas de um aumento no nível
de consumo de uma determinada população fazem parte de um conjunto de conhecimentos
amplamente difundidos na teoria econômica. Esta teoria está amparada por modelos que se
utilizam de uma simulação de ocorrência ideal, com todas as demais variáveis constantes, para
explicar determinado padrão de resposta a um estímulo – Ceteris Paribus.
Do ponto de vista de um consumidor, o aumento de sua própria demanda (leia-se
consumo), representa um aumento no seu bem estar. No caso da compra de um automóvel,
por exemplo, o indivíduo pode começar a ir ao trabalho de carro sempre que estiver
chovendo, ou fazendo muito frio, calor entre outras condições adversas. Da mesma forma,
uma valorização cambial da moeda local de um determinado país, em geral é entendida como
um evento negativo do ponto de vista econômico, na medida em que a produção nacional
perde competitividade de preço a nível internacional, gerando desemprego e piora no bem
estar geral da sociedade. No entanto, dependendo do ponto de vista, um evento desta
ordem pode representar geração de bem estar para indivíduos ou determinados grupos de
indivíduos: Com o preço de produtos importados mais em conta, há quem possa comprar
máquinas, contratar serviços, comprar livros e uma série de outros bens/serviços do exterior e,
dependendo da aplicação destinada a este recurso, gerar retornos proporcionalmente maiores
para a comunidade local no longo prazo – uma máquina com tecnologia menos poluente,
um serviço de consultoria para melhorar a gestão, um livro que traz um maior conhecimento
sobre um determinado assunto culminando em uma maior produtividade e etc.
Do ponto de vista do produtor, um aumento no nível médio de demanda representa:
uma maior produção, diminuição de custos por unidade, eventual aumento de margens,
maior necessidade de mão de obra, maiores perspectivas de investimento e etc. O mais
interessante é constatar o efeito deste aumento de nível de consumo para o setor público.
Neste caso, há uma diminuição na prestação de serviços sociais (como seguro desemprego,
bolsas de ações positivas e outros), maior arrecadação com INSS, maior arrecadação com
impostos que incidem sobre o consumo (como o ICMS), maior arrecadação nos impostos sobre
o faturamento das empresas (IRPJ), maior arrecadação nos impostos sobre a renda dos novos
trabalhadores (IRPF), menores taxas de desemprego, maior nível de estabilidade social, criação
de cenário propício ao investimento (convertendo parte do capital especulativo em capital
produtivo) entre outros.

A questão que fica é a seguinte, é possível que todos os países do mundo cresçam
desta maneira indefinidamente? Não. Vivemos em um mundo com recursos de natureza
limitada, como atuar então em um sistema que supõe o crescimento e o uso infinito destes
recursos? Esta foi a grande pergunta introduzida pelo Informe de Meadows, elaborado pelo
MIT (Massachusetts Institute of Technology) com grande influencia de Donella Meadows e
encomendado pelo Clube de Roma. O informe, publicado em 1972 e intitulado “Os limites do
crescimento”, foi um dos primeiros documentos a tratar da questão ambiental e abordava
justamente da necessidade de troca de paradigma econômico a fim de evitar uma situação
de saturamento da utilização dos recursos terrestres. Uma vez, logo após a independência da
India, um jornalista perguntou a Ghandi se o novo país pretendia alcançar o nível de vida da
antiga matriz. Ghandi respondeu: “Se foi necessário para a Inglaterra que explorasse 40% da
terra para conseguir chegar neste padrão, quantos planetas seriam necessários para a India?”

Para explicar este fenômeno, o projeto “The Story of Stuff”¹¹ faz uma abordagem
diferente. Afirma que vivemos em um mundo onde a produção tem uma lógica linear
(diferente dos demais ciclos da natureza, que são circulares), onde a ordem de acontecimentos
é: Extração de matéria prima, processamento, distribuição, consumo e descarte. Ou seja,
os recursos não voltam ao lugar de onde foram retirados nas mesmas condições nem são
reciclados.

A mensagem principal é a mesma, não podemos viver com um sistema de produção
linear em um mundo com recursos finitos. Os EUA representam mais ou menos 5% da
população mundial e consomem aproximadamente 30% dos recursos.

A proposta do projeto é desenhar um sistema de produção circular, onde os recursos
fossem reutilizados ou devolvidos para a natureza em seu estado original.

Tendo em conta as considerações feitas acima, estão nossos governos atuando de
forma a garantir nossa perpetuação de maneira sustentável no mundo? Não. A resposta é
curta. Os interesses do capital se sobrepõe aos interesses comuns da sociedade. O governo é
instrumento de manutenção do Status Quo utilizado pelo capital. Infelizmente o que motiva
a eleição dos nossos líderes é a promessa por condições de vida mais ricas e não as causas
ambientais.

O sistema no qual vivemos é linear, significa que existem as seguintes etapas: Extração,
produção, distribuição, consumo e descarte. Nossa economia assim funciona. Mas através
desta e outras evidências, verificamos um grande distanciamento entre e economia e a
ecologia. Todas as etapas da natureza são cíclicas, tudo de uma forma ou de outra retorna
a um estágio inicial, como a chuva, as estações, as eras e etc. Este distanciamento entre
economia e ecologia começou junto com a idéia de produção. Antes da idade média, o valor
das coisas era diretamente proporcional a terra, a natureza. Um terreno, por exemplo, valia
um kilo de ouro. Caso uma pessoa quisesse fazer a compra de um terreno (de determinadas
proporções) necessitava dar em troca este kilo de ouro, por exemplo. Com a idéia de
produção e de valor agregado, algumas pessoas começaram a introduzir o seu trabalho em um
determinado capital/matéria prima para que este valesse mais. Um joalheiro, por exemplo,
poderia usar este kilo de ouro para fazer 100 anéis. Com o valor agregado aos anéis, cada um

deles, passou a valer este mesmo terreno que valia 1 kilo de ouro, ou seja, houve criação de
valor, de riqueza. Esta primeira etapa de distanciamento entre economia e ecologia não gerou
um impacto muito grande em termos ambientais porque a demanda, nos tempos da idade
média, era proporcional a necessidade das pessoas e não ao consumismo. Ou seja, um cidadão
normal, usava um par de calças até que estes ficassem inutilizáveis. Só então encomendaria
um novo par junto a um alfaiate. E assim por diante com a maioria das coisas que necessitava.
A revolução industrial que gerou a necessidade das pessoas consumirem e não ao contrário.
Quer dizer que não havia uma demanda latente reprimida das pessoas que foi solucionada
pelo avanço tecnológico, mas sim, após a revolução industrial houve a criação de um mercado
consumidor para dar vazão aos bens gerados. Será que somos mais felizes agora com 10 pares
de calça do que quando tínhamos 1?

A finalidade última do estado, segundo Aristóteles, é alcançar a felicidade humana.
Nesta perspectiva, caberia ao estado oferecer aos seus cidadãos o bem e as condições
necessárias para que isso fosse possível. A idéia de que esta meta possa ser alcançada com o
desenvolvimento econômico é aceita, e os governos em geral utilizam este instrumento para
lograr mais estabilidade social e em última análise, a felicidade.

No entanto, sucesso econômico nem sempre significa felicidade de uma determinada
população. É conhecida, por exemplo, a posição de liderança nos rankings² de suicídio
por parte de países escandinavos como Suécia e Finlândia, bem como países com alto
nível de desenvolvimento como Japão e Coréia do Sul. Outro ranking que se mostraria
contraditório, seguindo este lógica, seria o ranking da felicidade³. Muito embora existam
países com alto grau de desenvolvimento encabeçando a lista, existe a presença de países em
desenvolvimento como Brasil, Costa Rica, México e Turcomenistão que estão entre os vinte
primeiros.

Sendo assim, ao estado não se reserva apenas a função de prover a população de
educação, saúde, saneamento básico, segurança e etc. Mas agir e regular de forma ativa a
economia promovendo, no conjunto destas duas dimensões, o bem estar dos cidadãos –
felicidade.
Retorno Punk
01:30 | Author: Baile Átha Cliath

O retorno ao Brasil da Espanha foi uma experiência traumática.

Uma tremenda onda de sentimentalismo e emoção tornou essa etapa bastante intensa. Consegui programar o meu mochilão, ao final dos estudos, quase que inteiramente contemplando cidades onde eu encontraria amigos. O roteiro foi o seguinte:

15/6 - término das aulas;
15/6 - viagem à Madrid de ônibus;
18/6 - viagem à Lisboa de avião com a Air Europa - vôo bizarro comprado de última hora;
18/6 - encontrei Emilia em Madrid;
19/6 - busquei minha mãe e minha tia no aeroporto;
22/6 - viagem ao Algarve;
23/6 - Faro à Huelva - hotel bizarro de 18 euros;
24/6 - Huelva a Sevilla;
24/6 a 28/6 - festas insanas em Sevilla, pessoal assinando minha bandeira na Alameda;
28/6 - voo a Barcelona com mãe, tia. Emilia já estava por lá;
4/7 - viagem à Marrakesh de Girona. Me encontrei com Paolo, Marina e Anna por lá;
11/7 - ida a Paris onde me encontrei com Guillaume e Florent;
16/7 - fui sozinho pra Strasburgo e fiquei duas noites num hostel muito louco;
18/7 - fui a Luxemburgo e fiquei acomodado na casa do Micael;
19/7 - fui a Bruxelas e encontrei a Smaro e o Vitório;
22/7 - fui pra Bratislava mas na sequencia já encontrei a Anna em Vienna;
27/7 - saí de Bratislava pra ir a Malaga;
27/7 - saí de Málaga e fui de ônibus a Sevilla.

Listando dessa forma me fez ver que foi uma correria. Não me lembrava tudo e tive que consultar o passaporte para ver os carimbos, hehehe.
Mas isso não passou de um prólogo. A grande aventura ainda estava para acontecer e seria o retorno ao Brasil. Meu voo de Madrid a SP, assim como o do Rodrigo, estava cancelado desde de fevereiro de 2011. A Ibéria alegou que tinha avisado a minha agencia e que esta que nos ocultou a informação, sendo a responsável pela situação - o que mais tarde através dos meus contatos eu verifiquei que era mentira. Neste sentido, a Ibéria "tirava o seu da reta" e se livrava de qualquer obrigação conosco em termos de indenização. Ficamos zonzos e desamparados no aeroporto de Sevilla até que uma funcionária da Ibéria nos mandou ir a Madrid e de lá buscar uma solução no balcão de atendimento aos clientes.
Eu já sabia que perderia o único compromisso que tinha no Brasil que era a formatura da minha prima, então estava sem pressa, assim como o Rodrigo. Nessa perspectiva tranquila, mantivemos a calma na hora de sermos atendidos, sem demandar nada do atendimento da Ibéria de maneira ríspida. A atendente apreciou tanto o nosso distinto comportamento (considerando que este tipo de funcionário do front está acostumado a ser mal tratado) que nos disponibilizou todas as vantagens que estavam ao seu alcance. Ficamos duas noites acomodados em um Hotel Meliá 4 estrelas, com todas as refeições inclusas e transporte. No retorno, ainda ficamos sentados de frente para a saída de emergência do avião, dispondo de espaço amplo para ficar confortável, foi demais!
You are your home!
01:07 | Author: Baile Átha Cliath

Confesso que fiquei decepcionado com a minha produção textual na Espanha em termos de quantidade. Ler e reler as minhas peripécias na ilha da magia - que foram devidamente registradas - são sempre uma reedição do que aconteceu. Recordar é viver.
Seria injusto me propor a tentar registrar tudo o que aconteceu no tempo que eu estive lá agora, na frieza da distância, com os acontecimentos todos já "digeridos" e processados... O que sim posso fazer é tentar avaliar o que já aconteceu, com a vantagem de não ter o fator "calor da hora" pressionando.

Continuo com a opinião de que "navegar é preciso". Tenho, ultimamente, tido contato com pessoas que questionaram a importância de se fazer uma viagem. São pessoas das quais eu realmente tenho um grande apreço e respeito a opinião. Mas neste caso, sinto muito! Há coisas que de fato só se aprende viajando, é um tipo de conhecimento valioso pela sua parca acessibilidade. Cada pessoa tem suas experiências e cada uma delas traz um aprendizado distinto. Me sinto muito satisfeito com as coisas que aprendi viajando, sendo o conhecimento adquirido através de pessoas disparado como o mais importante e volumoso.

Seria injusto e simplista listar nomes de pessoas que de fato fizeram uma grande diferença e mudaram a minha maneira de pensar drasticamente. Vou apenas registrar o que o Balint me disse antes de voltar para o Brasil de Dublin. Só fui tentar passar o que ele disse pro inglês uns 3 anos depois de ele ter me dito, então não reproduz exatamente as suas palavras:

"If you are someone that have never travelled before, you´ll probably find your hometown the best place in the world, and wouldn´t be able to call anywhere else in the world your home.
And then you decide to get yourself a little adventure to broaden your horizons by going to another city in another country. Time passes by, you feel ups and downs, but in the end you find that place good enough and set it as a place you could call your home as well.
Once again you get to know other places and, through the same process, you end up putting this new place in your list of places you could call home.
It happens over and over again and then you finaly realize that it doesn´t really matter where you go but how good you feel about yourself. Because you are your home, your body is your home, the home of your mind/soul. So as long as you know yourself and are satisfy about yourself you´ll be fine wherever you go".

"Quando tu mora na tua cidade tu existe, quando tu viaja tu vive". Valentine Nion, 2011
Fase de rápido aprendizado
20:00 | Author: Baile Átha Cliath

Mais uma vez sinto que to entrando numa fase de rápido aprendizado. Aconteceu o mesmo durante uma época na Irlanda em que tudo estava dando certo - dinheiro entrando, inglês melhorando, noites rolando e etc. Esses curtos períodos de grande intensidade são muito legais, parece que o conhecimento é absorvido mais facilmente, nossa esponja (cérebro) consegue fazer as conexões entre as matérias mais facilmente. Parece até que usamos aquela droga do filme Limitless (Sin Limites). hehehe.

A vantagem é que os conhecimentos que eu to absorvendo dessa vez são de nível superior/universitários. Minhas expectativas sobre a qualidade de ensino foram em muito superadas, de igual maneira o aprendizado que tenho com as pessoas aqui. Da outra vez, meu circulo social na Irlanda era muitíssimo menos "filtrado". A galera estava lá pra trabalhar, ralando. Muitos deles tinham ido para fazer a vida, assim que os aspectos culturais não afloravam muito. Aqui é diferente, meu circulo social é de uma gurizada jovem, universitária e de nacionalidades mais variadas das que eu tinha na ilha da magia.

A nostalgia já começa a bater na medida em que a galera se da conta de que está terminando. Essa semana é o encerramento de 2 festas, daqui a pouco to indo pra Caramelo com a galera - antes vamos jantar no ape da Anna e passar na Alfalfa pra tomar um trago.

DALE!
Feria
20:59 | Author: Baile Átha Cliath


Senhores, a situação está periclitante. Simplesmente a maior seqüencia (enfiada) de festas da minha vida. A feria de abril, que esse ano foi em maio, é uma semana inteira de feriado que se parece com a semana farroupilha. Uma determinada parte da cidade se enche de cassetas (piquetes) que podem ser públicas ou privadas - só é possível entrar em uma casseta privada se tu és convidado - e o pessoal vai tomar trago vestido com trajes folclóricos. Emendamos várias festas, churrascos, esquentas e etc nessa semana, foi barra pesada. Hoje, acho que ainda vou lá dar uma passada porque amanhã vamos todos pra praia.

Só vou escrever isso hoje porque a feria ainda não acabou, não deu para avaliar ela integralmente ainda.

Fui!