Freeeeeeeeeeeedom!!!
19:22 | Author: Baile Átha Cliath


Os últimos momentos de trabalho não foram tão sublimes quanto eu imaginava que seriam. Fui criando na minha cabeça um "ultimo dia de trabalho", tinha roteirinho com ato final e tudo. Achei que eu ia querer sair da cantina e dar soquinhos no ar que nem Rocky Balboa fazia no momento apoteótico dos seus treinamentos antes das lutas em que ele sempre dava um jeito de ganhar. Ou ia pra frente do hospital e gritar "Freeeeeeedom" que nem um cidadão de face pintada fez uma vez de cara a cara com o numeroso exército inimigo. De repente não sai tão feliz de lá porque me sentia muito produtivo, financeiramente, dentro deste emprego. Dizem que agente vai emburrecendo quando trabalha nesse ramo por muito tempo, mas foi temporário. Valeu a experiência. Quase nove meses trabalhando lá pude aprender bastante coisa. Vou manter essa minha metamorfose ambulante de conhecer um pouquinho de cada área porque ate agora acho que ta dando resultado. Já trabalhei em empresa privada, empresa familiar e associação. Agora é voltar pro Brasa e tentar achar algum estágio no serviço público porque ainda não conheço bem como o lance funciona por lá.

Ta beleza, fiz esse teatrinho de: "vou sentir saudades de trabalhar aqui". Obrigatório sempre que saímos de uma determinada organização, independente de ser verdade ou não. Mas tenho que admitir que apesar de não ter saído "nas nuvens" do estabelecimento comercial Coffe Dock, saí cantarelando Free as a Bird
dos Beatles e senti um ar mais oxigenado entrando nos pulmões. OXIGENIO PURO! Que nem diria meu pai. O cheirinho das esquinas de Dublin, no caminho entre trampo e meu apê, tava mais porto-alegrense do que nunca. Afinal, o emprego era o vínculo mais oficial com o país que eu tinha. Agora sou apenas alguém que mora em Dublin sem um propósito forte. Na boa, curtindo.

No mais é isso. Depois de amanhã começamos a viagem, uma tremenda escassez de couchsurfing, tendo que bookar hostel a bangú. Foda-se, o importante é que a trip vai sair, e no fim das contas a grana foi calculada considerando que fossemos pagar acomodação, azar!


PS.: Wikipédia mente!!! Dizem que em Dublin faz em média 20 graus em Maio... Sai daí louco! Foi frio pra caralho.

É amigos, este blog não se resume apenas a lamúrias sentimentais e relatos cotidianos de um pobre coitado em um país distante. Espero contribuir com alguma informação útil para os meus leitores (se é que ainda estão se bandeando por esta querência).
O sistema de auxílio aos cidadãos irlandeses é bem falho, deixando muita brecha pra quem quer apenas mamar nas fartas tetas do governo. Desde que comecei a trabalhar achei estranho o fato de minhas colegas irlandesas trabalharem apenas Part-Time (20h por semana) quando poderiam facilmente conseguir um contrato Full-Time (40h por semana) e ganhar o dobro, óbvio. Presumi que elas tinham familia com grana e que não precisavam se matar trabalhando. Mas a ingenuidade foi muita ao pensar isso. Na verdade elas são umas Knackers* que aproveitam os benefícios que o governo irlandes disponibiliza aos "desafortunados" que trabalham apenas 20h por semana. Dentre os benefícios estão: Menor contribuição com impostos, acesso gratuito a saúde e blá blá... No final das contas isso tudo desestimula quem quer trabalhar duro porque a diferença real de salário entre os que trabalham full-time e part-time fica muito pequena. A questão dos incentivos deveria ser revisada nesse sistema. Outra coisa que acontece é a diminuição de irlandeses nos altos níveis hierárquicos das empresas. Por exemplo, onde eu trabalho, todos os supervisores que tive ate agora foram de países como: Lituânia, Índia, Brasil e Espanha. Isso porque as empresas cobram que os funcionários no comando façam full-time, é claro. Dentro dessa realidade, os irlandeses ficam estagnados numa determinada camada operacional de uma empresa e os estrangeiros tomam conta de tudo isso. O que sustenta esse ciclo é o dinheiro que os estrangeiros pagam de impostos ao governo. Palhaçada!
E tem mais. O professor do André (que é irlandes) contou casos de amigos dele que estão no Dole, que é o seguro desemprego deles, há muito tempo. Tudo isso num esquema bizarro. Eles enviam currículos pela internet para empregos para os quais não são qualificados e não tem nenhuma chance de conseguir. Recebem uma carta (um comprovante) constando que não foram bem sucedidos na tentativa e apresentam esse documento mensalmente ao governo para continuarem recebendo a grana. Esses caras ficam o dia inteiro jogando videogame e sendo sustentados pelo governo. Esse seguro consiste em mais de 200 euros por semana mais o aluguel do lugar onde o cidadão irlandes mora. Mais do que o suficiente pra viver numa boa. Li esses tempos no jornal que o Dole é considerado generoso demais por especialistas.
Lembrando que os dados usados para fazer essa análise não têm fonte 100% confiável (até porque esse tipo de coisa é bem complicada em qualquer país do mundo).




*Irish term of affection for general scum (low lifes). Originally originating from a term of reference for travellers. But nowadays covering whole spectrum of degenerates.
Antes tarde do que nunca...
23:32 | Author: Baile Átha Cliath

Uma pitada de planejamento pode ser observada nos últimos dias feita por mim e pelo André. Mas é tão simbólico o planejamento que só de canto de olho, quase escapando da visão, que da pra perceber isso. A grife de "viagem não planejada" e de "deixa rolar e vamos ver no que que da" já começa a dar medo. Também não quero começar o mochilão em Amsterdam e terminar na Turquia com um turbante na cabeça e comendo areia porque "deixei rolar". Hoje pegamos o papel e caneta, e começamos a botar as datas, horários de trens, hospedagens e etc tudo no preto e no branco. O resultado foi uma folha de caderno com umas 2 linhas preenchidas, frustrante de comtemplar! O negócio é: baixar a cabeça e sair pedindo couchsurfing a torto e direito sem dó nem piedade, reservar todos os trens já em Amsterdam no balcão da companhia e ao sair do aeroporto já comprar aquele bolinho de maconha mais uns cogumelinhos só pra dar um "nice kick at the end".

No mais, tudo as mil maravilhas no trampo, fazendo uma grana legal. Sendo pago pelo que me deviam. Comprei meu HD portátil pra guardar as fotos... Era isso. Andei até negando serviço semana passada e hoje. Me ligaram cedo da manhã pra fazer aquelas correria e ir trabalhar dai me fiz de louco disse que tinha que ir no banco e que tinha outros compromissos e voltei pra cama.
Correr do touro ou não, eis a questão!
00:45 | Author: Baile Átha Cliath

É isso.
Sem Título 2
19:50 | Author: Baile Átha Cliath

Na memória aquela lembrança desfocada, como aquela chama desprotegida que, trêmula, tenta ficar acesa no meio de um crepúsculo. Enxurrada de experiências que vai diluindo os antigos hábitos. Ainda há uma chama. Aquilo que é socialmente tido como rotina, uma coisa ruim, vai perdendo o seu sentido original na medida que percebo que a vida consegue se adaptar a uma rotina e uma rotina pode ser uma vida. Hão de existir os que não criam raízes, os que a nada se apegam. Mas já começo a saber o tamanho da minha força, sinal de vida adulta. Talvez não mais o adolescente que pode tudo contra todos. Ainda há uma chama. Vejo aquele tempo em que uma quinta-feira era uma quinta-feira, uma sexta era uma sexta, e cada um desses dias tinha um significado cíclico muito intenso. Apesar de tudo, no meio das intrigantes incertezas, consigo montar os pedaços de um quebra-cabeças, dar uma baforada e uma polida, e afirmar algumas suspeitas que eu tinha. A ausência de chão vai minando, aos poucos, a cabeça dos que se aventuram além dos horizontes. É que nem tentar ver um pôr-do-sol de cabo a rabo. O processo é lento e sempre acabamos achando alguma coisa pra se distrair em seu curso, mas, repentinamente, que nem fogos de artifício estourando abruptamente para nos assustar e se desmanchando com graça como para que nos confortar, dou-me conta do significado da palavra saudade. Ainda há uma chama.
Dóve beses da cabeça!
13:32 | Author: Baile Átha Cliath

É galera, nove meses na cabeça mas em pobríssimas condições de saúde!

Sexta retrasada jogamos mais uma daquelas futeboleiras clássicas com os Lituanos, dentre os quais um é chefe do moço e do andré. O tempo tava melhor do que no futebol anterior, mas a intensidade do jogo foi MUITO maior, visto que misturamos os times e resolvi dar o sangue no joguinho. A combinação: (clima irlandes + esforço intenso + histórico recente de sedentarismo) foi uma fórmula fatal! Já no sábado a catarreira violenta se alojou nas cavidades nasais do Cauê - de vez em quando curto usar uma terceira pessoa! Até aí tudo belê. Eu dava umas tossidas de cachorro velho mas estava me sentindo bem. Esse quadro ficou estável até quinta-feira, quando trabalhei duro pra caramba e passei mal durante o trampo. A enfiada essa semana era de terça a domingo (onten), ou seja, seis dias que eu precisava superar pra garantir a sobrevivencia financeira. Bueno, nessa sexta trabalhei dopadão na base do paracetamol, oportunamente comprado no aeroporto de SP. No sabádo esqueci de levar os comprimidos e foi dureza aguentar trabalhar. Onten fiz aquele esforço derradeiro porque hoje vou poder repousar bem.
Pai, Mãe, tentei entrar em contato com os putos do seguro pra marcar uma consulta mas a ligação não completa. Ta louco, vou tentar alguma coisa pela internet na sequência.

No mais, sigo sem receber o reembolso de 100 euretas pela compra que fiz pela internet (me fudi). E semana passada até o indiano falou que sou "good worker". Tudo virando de ponta cabeça!
Córrse I´m Scotch
13:40 | Author: Baile Átha Cliath


Primeiro quero registrar aqui, já que me esqueci no outro post, meus agradescimentos pras gurias que me hospedaram tão bem lá em Londres. Acomodação show de bola, com direito a bolinho de boas vindas à terra da Rainha.

Beleza, hora de falar da Escócia.


Foi uma enfiada de 9 horas de bus de Londres a Edinburgo por uma companhia viária BEM chinela. A poltroninha era dura na queda, literalmente, não reclinava mais do que três dedos. Nem me animei a dormir nestas condições, resolvi deixar a ansiedade tomar conta e ficar acordadão. Já em território escocês, bem cedinho da manhã, deu pra ver umas paisagens sensacionais de dentro do bus. Toda a galera dormindo e eu lá louco pra compartilhar aquilo com alguém. Tentei acordar a galera sem sucesso, todos estavam mortos. Peguei a câmera mas as fotos ficaram muito ruins com o bus em movimento. Essa parte da viagem vai ficar só na memória mesmo.

Chegando lá, nos agilizamos na rodoviária em como nos organizaríamos no dia, visto que eu e o André surfamos um sofá de um casal polones, e as gurias, junto com um flatmate delas, foram prum hostel. Essa primeira experiência de surfar o sofa foi show. A galera era super hospitaleira e nos paparicaram bastante, com direito a culinária polonesa de primeira qualidade na primeira noite.

Primeiro dia demos uma banda pelo centro, conhecemos o castelo de Edinburgo, fizemos o caminho real, fomos ao parlamento, alguns prédios antigos legais e subimos uma colina ao sudeste do centrão que dava pra ter uma vista bem legal da cidade inteira. Umas das impressões que tive foi de que a cidade parece bem interiorana. Mesmo na parte histórica de noite, pouquíssimas pessoas marcavam presença. Sei que fomos fora de temporada, e que, segundo wikipédia, Edinburgo dobra o número de habitantes durante o verão - de 400mil pra 800mil. O André tirou onda da minha cara quando fiz a comparação, mas o clima na capital escocesa me lembrou Cachoeira do Sul. hehehe, Cauê caipirão. Péraí que vou explicar: As ruas são meio mal iluminadas, talvez propositalmente, pra dar um charme gótico na cidade, a atitude das pessoas achei parecida também, e ahh, sei lá uma série de outros fatores...

Segundo dia agendamos o bustour pelo norte da Escócia, diga-se de passagem, nessa viagem utilizamos os mais diversos meios de transporte: Avião, ônibus, metro, barco e canelinha vélha de guerra, óbvio.
O trajeto incluiu: Kilmahog, Glencoe, Fort William, Spean Bridge, Loch Ness, Inverness e Pitlochry. Só o sotaquezão do guia já valia o ingresso de estudantes que pagamos, impagável! Ficamos o dia todo fora e na volta tentamos achar as gurias no hostel sem sucesso. Esperamos mais um pouco, bebendo um Whisky escocês num pub, tentamos de novo sem sucesso. Daí resolvemos ir pra casa que estávamos acomodados porque não queríamos ser inconvenientes e chegar na madrugada acordando todo mundo.
London was calling, so...
12:58 | Author: Baile Átha Cliath

As duas cidades vistas nessa trip eram bem diferentes do que eu esperava.

Londres é loucura! Achei que eu era do asfalto e que não me cagaria pra cidade nenhuma do mundo, ainda mais depois de ter ido a São Paulo. Mas me senti um fazendeiro de Tres Forquilhas indo pra cidade grande pela primeira vez. Só faltava o capinzinho no canto da boca e o poncho véio atirado por cima das paleta. Estávamos eu e o André na Victoria Station de Londres recebendo encontrão dos londrinos correndo de tudo que é lado cada um indo pra um lugar diferente. Nas escadas rolantes do metrô a galera que ta sem pressa se amontoa do lado direito enquando os apressados vão desabando pelo lado esquerdo. De qualquer forma uma das coisas que mais me impressionou foi a malha ferroviária do Underground (ou Tube), é muito eficiente, rápido e prático. Chegando do aeroporto na Victoria Station, compramos um Oyster (ticket) de 26 Libras que nos dava direito de usar todas as linhas de metro e onibus a qualquer hora, quantas vezes fossem necessárias, pelo periodo de uma semana. Puff, matamos o gasto em transporte com 26 conto. Barbada. Era só aproximar uma carteirinha com chip de um terminalzinho e BIRIRI (sonoplastia de coisa eletrônica), tava feito.

Londrino nativo foi a coisa mais difícil de se achar em Londres. Era uma enfiada de Indiano, Chinês, Sulamericano e por aí vai. Outra coisa que chamou a atenção foi a influência latina que tem na cidade. A cidade foi fundada por romanos na margem norte do rio Tâmisa em 43d.c. com o nome de Londinium. Ate hoje é visivel nos monumentos e arquitetura da parte antiga da cidade traços romanos.

As gurias moram em uma região ao nordeste do centro da cidade, onde a estação de metrô mais próxima é Manor House. Dava uma jornada de uma hora entre a casa delas e o centro. No caminho pra casa delas agente passava por um bairro altamente povoado por judeus ortodoxos, aqueles que usam as roupas todas pretas, cartolinha e as tranças na lateral da cabeça (vulgo suissa). Ate as crianças andavam travestidas a rigor.

Comida foi outra coisa que nos chamou a atenção por causa do baixo custo. Mesmo com o Câmbio de euros pra libras sendo 13% desfavorável pra nós, achamos muito barato alimentação por aquelas bandas. Ate nos demos o luxo de comer num rodízio da pizza hut na Oxford Street (rua mais comercial de Londres).

No mais, gostei muito do clima em Portobello Market. Dos pontos tradicionais também, obviamente adorei. A única decepção ficou por conta de Camden Town. Eu fui esperando um mercado com opções de qualidade, mas só achamos produtos chinelões, muitas vezes piores dos que são vendidos nos camelôs de Porto Alegre, Fair Play pros camelôes de Porto! Comentando esse fato com a galera, depois de ter ido lá, ficamos sabendo que na verdade exploramos mal o lugar, e que deveríamos ter investido mais na parte norte do mercado, onde tinha muito mais coisa. Mas paciência, nunca daria para ver tudo de qualquer maneira.

Depois comento alguma coisa sobre Edinburgo, Loch Ness e as Highlands!
Por onde começar...
12:40 | Author: Baile Átha Cliath

Me dei conta que será impossível relatar tudo o que vai acontecer no mochilão de um mês, planejado para junho. Esses 6 dias no Reino Unido foram mais que suficientes pra eu ver isso.

Fizemos todo o possível para aproveitar o tempo ao máximo. Sem noites em boatezinha ate tarde da noite porque, graças a deus, eu e o André temos um "tipo de turismo" parecido e não queríamos sacrificar as energias do dia seguinte. O jeito foi acordar cedo, planejar bem o dia para não precisar voltar pra casa (perdendo tempo em transporte e passando por lugares já conhecidos) e voltar pra casa já de noite. Os gastos foram muito pequenos. Não fosse pela minha gana por compras em Londres, teria gastado uma quantia irrisória. O corn flakes com leite (caixa de 3litros, obrigado Tesco) em Londres deu na mosca pros 4 dias que ficamos por lá. Pelo quanto aproveitamos o passeio e pelo pouco que gastamos, deixou a sensação de que o mochilão não acaba na Itália junto com a grana, mas que provavelmente conseguiremos copar o sul da França e a Espanha.
Oxegen na cabeça!
21:37 | Author: Baile Átha Cliath

"Save the complaints
For a party conversation.
The world is loaded,
It's lit to pop and nobody is gonna stop...

No one...
No one!
No way!
Gonna stop,
Now; go!"

Feito! Hoje fui lá no shopping Jervis e comprei o ticket de 3 dias com acampamento pro Oxegen ´09. Mesmo sem companhia ainda pra ir, tenho certeza que vai ser afude. Várias bandas que curto muito vão tocar. O acampamento vai ser território fértil pra conhecer uma galera nova. O Patxi já me disse que empresta a barraca dele. Vou fazer o possível pra sai cedo aqui de Dublin pra chegar no lugar do festival o mais rápido possível botando a barraquinha num lugar elevado, obviamente. Ouvi dizer que no ano passado choveu e teve lama na altura do joelho da galera em algumas partes do acampamento.
O festival acontece entre o dia 10 e 12 de julho. Vai ser praticamente como uma despedida da terra das ovelhas e do vento forte.

Hoje eu e o André aproveitamos meu dia de folga do trabalho e agilizamos os últimos detalhes pra viagem pro Reino Unido. Imprimimos as passagens de avião e ônibus, arranjamos os detalhes de como vamos ao aeroporto de Dublin e etc. Daqui a alguns instantes começo a arrumar minha mochila, que por sinal só pode ser de mão e pesar menos de 10kg porque vamos pela Ryanair.
17 de março!
21:29 | Author: Baile Átha Cliath


Dia de St. Patrick pra muitos;
Dia de aniversário do Cauê pra alguns;
Dia normal para outros.

A piadinha aquela de que o tema da minha festinha de aniversário é doende verde foi bem gasta por aqui! 90% da galera travestida de leprechau foi show. Tive que trabalhar de dia até as 18:30, mas, segundo os guri, não perdi muito porque o desfile não foi lá essas coisas. A noite que foi loucura! Nossa, irlandes faz justiça a sua fama - sempre fizeram - beberam pra caralho. Vieram muitos turistas de tudo que é canto do mundo, especialmente frança, espanha e estados unidos. Mas tivemos a oportunidade de ver uma galera do Canada da Itália e por aí vai. Muito afude ver o Temple Bar lotadaço de novo que nem quando era verão! Tava uma atmosfera muito legal. Fomos pra vários pubs e em muitos deles tinha música ao vivo com bandas boas, roqueira e música folk irish.
Foram tantas histórias durante a noite que estamos a dois ou tres dias repassando e competindo pra ver quem é que ganha. Bah o Rodrigo Computer, vulgo cuzido, tava loucão. Encontrou a Russa dele no Eamon Doreans (pub) e deu no meio. Andrézinho até show na rua fez, com direito a briga entre os colegas artistas de rua. Da minha parte não faltou aventura também. Uma hora vi uma guria com perfil de leste europeu e resolvi da no meio. Tava encaminhando o lance, ia levar o caneco pra casa. Daí me chega uma escrota fat ass lá e diz que a deusa é namorada dela. Há, nem dei bola pra gordinha. Mas no meio da minha ignorada a gordinha chega e gruda a minha musa, aí caiu a casa. Me virei e vi os guri olhando com aquela cara incrédula, a torcida por mim tava grande mas ficou por essas.

Semana que vem destino Londres será copada! Liguei onten pro trampo pra ver como fica a minha situação semana que vem, e ,pra minha surpresa, to ganhando bastante horas. Fiz uns calculos por cima e vi que dariam 6 semanas o total de tempo que trabalhei mais que um part-time. Dalé. Uma ótima notícia é que eu e o André vamos conseguir couchsurfing em Edinburgo por dois dias, ou seja, UK pagando nada em acomodação, hehe.
E quase um mês depois...
21:03 | Author: Baile Átha Cliath

Nossa que papelão! Um mês quase sem escrever nada.

Parabéns pra mim pelo meu aniversário antes que eu me esqueça!

Por onde começar...
Bom, deu um período meio negro. Mesmo com a viagem pro reino unido marcada não me senti entesado (palavra que não sei se existe, créditos ao meu pai. Significa com tesão) pelo lance.

Explicando a viagem: Eu e o André estamos rumo a Londres dia 26 de março, agora semana que vem. Hora de dar o troco nas gurias que vieram de Londres aqui pra Dublin final do mes passado. Passaremos uns 3 dias em Londres getting to know the city e aí vamos com a Aninha e a Camila pra Edinburgo! Nossa, mesmo Londres tendo toda a grife que tem, to me emocionando mais pela Escócia.

... voltando
Liguei pra mãe, dei aquela desabafada. Tirei uns pesos das costas e to me sentindo bem melhor agora. Voltei a ficar pilhado.
Kitchen Porter, Catering Assistant and Cleaner
17:18 | Author: Baile Átha Cliath

Ciclo completo! Todas as experiências obrigatórias de subemprego na Irlanda estão completas. Semana restrasada fui la na minha chefe dizer que eu já tava legalmente autorizado a trabalhar full-time e levar a cartinha da minha escola atestando isso, coisa que eu já deveria ter feito ha muito tempo. Cheguei lá com um papinho manso, de mineirinho, como quem não quer nada. Entreguei a cartinha dizendo que eu estava legalmente autorizado e disposto a meter a mão na massa. Ela, pra minha surpresa, foi super disposta - acho que ela gosta do meu trabalho - falou que vai me dar full-time dia 27 de março quando uma colega minha vai entrar em licença maternidade e que me botaria em uma lista de pessoas que querem trabalhar em outras unidades do head office. Voltei pra casa tranquilinho, uma hora depois a gordinha me liga já me arranjando um lugar pra trabalhar longe pra caralho mas não me michei. Nesse lugar fui Kitchen Porter. Nossa, senhoras e senhores, agora sei porque é considerado tão insalubre esse trampo, porque geralmente é uma galera bem remunerada e porque geralmente quem lava louça pesada tem tantos breaks.
Trabalhei quatro dias nesse hospital. Foi cansativo mas a experiencia foi boa.
Teve um fato engraçado: Um dia eu tava de tarde lá na cozinha, quando é bem calmo, daí eis que chega uma tiazinha staff lá do hospital pedindo uma caixa de leite. Não tinha ninguém por perto resolvi dar uma de competentão e resolver a parada. Fui pro funco do depósito e só o que achei foi a máquina de leite. Uma daquelas que agente pega e empurra uma alavanquinha com a nossa caneca de café e saí leite. Fiz uma força do caralho pra botar a máquina em cima de um carrinho e fui entregar pra tiazinha. Chegando lá uma das minhas colegas me viu e já começou a se mijar nas calças com minha performance. Era pra eu pegar só uma caixinha de leite que tava na geladeira. Pra amenizar a cagada já fui levando a máquina de volta pra cozinha, mas no ato de levantá-la pra botar no lugar, eu, acidentalmente, precionei a alavanquinha com a minha barriga. Aí caucule. Leite por tudo: chão, estantes, mesa, Cauê e etc.
Rolling the dice
22:23 | Author: Baile Átha Cliath

Apesar do nome da URL do blog dizer: "go roll the dice", poucas roladas de dados aconteceram ate agora. Essa semana encaminhei uma das boas. Comprei ingresso pro showzinho de uma lenda ai... Nada mais nada menos que Bob Dylan! Paguei um preco simbolico pelo ticket considerando o espetaculo, 40 e poucas euretas...Showzinho garantido dia 6 de maio, pouco antes da minha suposta saida pelo mochilao. A volta perfeita seria dia 9 de julho, acompanhando o OXEGEN (festival de musica aqui da Irlanda), que por sinal ganhou varios premios por responsabilidade ecologica... Segue uma informacao que achei por ai: "In late 2008, Oxegen '08 won the "Yourope Award for Best European Festival" which was voted for by members of the public from across Europe.The festival was chosen ahead of rivals such as Glastonbury, Roskilda and T in the Park." Veria a festivaleira sussegado do dia 10 ao 13, e depois partiria pra conhecer o interior da Irlanda. Voltava pro Brasa com a sensasao de dever cumprido!

Antes que eu me esqueca. Deixo aqui meus agradescimentos ao Kiwi e a Laranja (as frutas), que me manteram saudavel desde que cheguei. Isso mesmo, desde que cheguei, enfrentando o inverno mais rigoroso da minha vida e varios perrengues em termos de adaptacao, ainda nao fiquei doente. Quando eu voltar pro sitio do vo, vou fazer questao de plantar um pezao de laranja pelo menos, ja que kiwi nao tenho bem certeza como funciona.
6 meses na cabeça
18:10 | Author: Baile Átha Cliath


Primeiramente expondo o fato de estar digitando em um teclado com acentos e cedilha, dá-lhe! Neste post, vou tentar escrever só palavras acentuadas pra matar a saudade!

Hoje foi meu último dia de aula, simbolizando a chegada ao meio da minha estada por estas bandas... "Nazorópa" que nem diria meu pai. Estou cada vez mais inclinado a investir uma grana, enfiar os pés na jaca, e ir pra St. Petesburgo. Comprar uma passagem pra lá, uma outra de Lisboa pra Dublin uns 50 dias depois e "me virar", ter que fazer o percurso da Russia até Portugal em 50 dias, nada mal... Tarefa díficil. Até aí tudo beleza, mas admito que da uma confusão na cabeça quando olho para o espaço que existe entre esses dois países. Seria infinitamente mais fácil se as cidades que eu quero ir fossem todas em uma linha reta, hehehe. Mas o foda é que a Grécia e a Turquia ficam lá em baixo, já a Holanda que é imperdivel fica lá em cima, Russia fica irritantemente ao leste. O único jeito de dar um vassorão na Europa seria dar uma "ziguezagueada". Bueno, essa dor de cabeça não chega a ser algo digna de pena.
Over
22:29 | Author: Baile Átha Cliath
Tempos de solidao finalizados.
Tardes com relogio preguicoso e finais de semana acabando em temporada 2 do "Friends" pra treinar o listening nao mais estao no cardapio. Depois de alguns mal entendidos, gracas aos odiosos franceses, andrezinho chegou na area. O garoto tava confuso, me viu no saguao do aeroporto de camiseta do inter e sorriso na cara, mas de tao atordoado da jornada nao conseguiu me reconhecer. Depois de perceber isso, resolvi sadicamente aproveitar a oportunidade pra ver a cara da crianca em ficar mais alguns segundos desamparada no saguao do aeroporto. Ate pra imigracao liguei, duas vezes, pra averiguar o porque da demora dele. Ja na hora de pedir o taxi, do aeroporto pra cidade, tomei nos dedos por nao entender o que o tiozinho da fila dos taxis tava falando e o andre entendeu. Me caguei. Po o cara chegou agora e ja se ligou no sotaque irlandes, me fudi. Mais adiante vi que foi um tiro de sorte, sorte de iniciante.
Anyway
Aninha ja arranjou todos os detalhes da chegada de 4 garotas em territorio 34, Ushers Quay, Flat #. Fato que motivou o sentimento de estou em casa. Sentimento de intercambio usual em terras distantes. Eu nao tinha me atentado pra esse fato, mas com o terceiro dia do andre na area chegando ao fim me dei conta de uma coisa: Ate com uma pessoa que agente conhece bastante, quando o ambiente muda, agente consegue captar uma vibe diferente. Aconteceu isso entre eu e a emi tambem, como foi dito no post anterior.
No mais, tenho me dado bem mal nos ultimos tempos, hehehe. Tenho dado uns azares sem precedentes. O ultimo foi o corte geral de horas da galera no trabalho. Mas quanto a isso resolvi nao me stressar. Foda-se. Essa semana nem trabalharei e pelo menos agora tenho a conviccao de que devo procurar um outro trampo. De inicio isso desmotivou, mas por outro lado tenho, de novo, um desafio pela frente, alguma coisa pra me empurrar pra frente e pra fazer o meu melhor.
Foi mal ae maniho, mo sussa. Falei isso pra quebrar a formalidade do post. Depois de :"me empurrar pra frente e pra fazer o meu melhor." Me senti na obrigacao de dar uma equilibrada no lance.