Inspiração
00:58 | Author: Baile Átha Cliath

Essas duas últimas postagens tiveram um certo delay. A data de postagem ideal, seguindo uma ordem cronológica, seria dia 19 deste mês. Tive um problema aqui com o Windows pirata e não consegui postar antes.

Bueno, bombardiei a galera com 3 postagens de uma só vez, só os muito guerreiros vão aguentar uma enfiada de 3 produções textuais made by Cauê de uma só vez. Os saúdo!

Algumas coisas importantes aconteceram nos últimos dias, minha matrícula, a primeira dor de garganta, o alinhamento completo e definitivo dos horários das aulas e etc. De tudo isso não tem nada que eu realmente queira me lembrar no futuro ou detalhar aqui com muita minúcia.

O que eu gostaria de registrar aqui, mais pra mim e para os grandes produtores de Hoolywood (Bollywood não, ainda mantenho a birra com indianos), é a onda de inspiração cinematográfica que estamos tendo aqui no apê. Tivemos idéia de 2 roteiros e algumas cenas aleatórias. Tudo bem basicão e cru, mas tem ocupado um bom tempo do pessoal nas rodas de conversas antes das noites.

1. Um homem começa a ter pesadelos cada vez mais intensos e frequentes. Nestes pesadelos ele a principio só agride pessoas e vaga pelas ruas. Na medida que o tempo vai passando os sonhos começam a ficar mais e mais violentos e ele começa a matar pessoas. Concomitante a isso, de plano de fundo, várias notícias sobre crimes noturnos começam a aparecer na mídia, jornais, televisão, rádio e etc. Ele vai pouco a pouco se dando conta de que ele é o agressor noturno através destas pequenas dicas (que os telespectadores vão se dando conta e se achando espertos por descobrir uns antes que os outros no transcorrer do filme) que vão acontecendo na medida em que a trama se desenrola. Ainda tem que achar espaço para colocar uma mulher atraente e uma criança no filme para que ele fique melhor, filme de terror bom tem que ter criança... hehehe

2. Um grupo de amigos chega de uma viagem de final de semana (tivemos a idéia quando voltamos da Sierra Nevada) e começa a desarrumar as suas malas. Um deles, no caso eu, deixa a camera digital ligada para gastar o resto das baterias dela - esta fica mirando pro alto. Nisso acontece de entrar alguém no apartamento e matar todos eles. Este é o inicio do filme.

Bah me dei conta que só pensei em filme de terror. Que mente mais psicótica. Acho que estou escutando muito Juliette and the Licks.


Todas las veintinueve
00:37 | Author: Baile Átha Cliath


É difícil escolher por onde começar quando tanta coisa aconteceu. Esses primeiros 14 dias na Espanha foram muito intensos. Neste mesmo período inicial em Dublin, eu ainda estava na etapa de conhecer a cidade, pegar um mapa e um pacote de cookies a tira colo e sair explorando alguma região da cidade que não tinha ido ainda, descriteriosamente.

Esse tipo de comparação vai ser muito frequente daqui pra frente, entre Dublin e Sevilla. Natural que eu analise essa nova experiência com a única referencia de cidade europeia que eu já tenha morado.

Entre as tantas coisas que aconteceram nestes primeiros dias estão: busca por apartamento, assinatura de contrato de apartamento, noite, ida a jogo de futebol – avantti Betis!, estabelecimento de muitos novos contatos, busca por flatmate, ida a espetáculo de Flamenco, tentativas de ficar borracho – todas em vão, sou imune a Espanha -, bate e volta para Cordoba, banho e massagem árabe, bate e volta para Granada, esqui na Sierra Nevada, quedas de esqui na Sierra Nevada, dores constantes pelas quedas no esqui de Sierra Nevada e etc. hehehe. Acho que consegui me lembrar da maioria das coisas, loucura.

É assim que eu começo a escrever sobre minhas aventuras e desventuras na Espanha. Com a expectativa de que em 6 meses será feito muito mais do que em um ano em Dublin.

Mochilão
00:21 | Author: Baile Átha Cliath

Eu tinha muito solenemente prometido que meu primeiro post após a ida para o mochilão em 2009 seria sobre o mesmo, peidei na farofa. Felizmente achei uma desculpa boa para essa falha.

Ao invés de ficar importunando vocês com detalhes irrelevantes como a cor da maçaneta da porta do hostel em Brugge, vou poder escrever de forma muito mais objetiva e imparcial, os FATOS principais a respeito da viagem. Sem que a emoção da hora me faça esquecer de algum highlight ou pontuar demais alguma situação não tão importante.

Essa foi de longe a experiência mais construtiva da minha vida. O que eu aprendi viajando não se ensina em lugar nenhum. Uma das coisas que mais gostei foi sentir que to pronto pro mundo, pode mandar que eu mato no peito. Em 3 cidades, Budapest, Praga e Lubjana, chegamos entre as 9h30min às 11hs da noite sem ter a mínima noção de como fazer para chegar na nossa acomodação (nossa, minha e do André – grande mestre e companheiro de viagem). Tivemos que nos virar usando transporte público em cidades onde taxistas/motoristas de ônibus entre outros não falam uma palavra de inglês. Caminhamos em Budapest uns 40min com todo o peso das mochilas nas costas porque descemos muito antes do BUS, fizemos mimicas e apontamos diversas vezes para o nome da rua onde tínhamos que chegar em Lubjana, ligamos de telefone publico em Praga porque chegamos na casa do nosso couchsurfing e ela não estava lá, foram vários os perrengues para que tudo desse certo no final!

Vou falar um pouco sobre a chegada em Praga porque foi muito legal, ao longo do ano vou aprofundando outas peripécias.

Chegamos de trem na estação central de Praga e já era noite. Noite fechada. A estação parecia com a rodoviária de Porto Alegre, talvez ainda pior. Era obra e concreto velho pra tudo que era lado. Encontramos uns mochileiros na saída da ”rodoviária”, o que em circunstâncias normais seria algo muito positivo, só que eles estavam indo para o centrão (onde ficam os hostels) e nós indo para a estação de Nové Budovick (ou algo parecido) no SUBURBIO da cidade.

Iríamos fazer o CS* no apê de uma guria de lá mesmo, a Adela. Essa seria a primeira experiência dela em receber alguém e a nossa primeira em realmente se acomodar com o pessoal local – tínhamos ficado com Poloneses na Escócia.

Descemos na estação recomendada e nos deparamos com uma região muitíssimo mal sinalizada. Foi muito punk encontrar alguém para nos ajudar, e quem passava não entendia nada de inglês. O prédio era feíssimo, mais tarde ela nos contaria que este tinha sido construído no tempo do socialismo, blocões sóbrios, nada coloridos, vidros quebrados, elevador sem porta, paredes de papelão e arquitetura sombria. Ficamos aguardando e aguardando. Nada de ela chegar nem de atender a porta. Fomos ate um telefone público que nos respondia tudo em Tcheco, foi foda. Voltamos para a frente do prédio já pensando na possibilidade de ter que dormir na rua, ou na estação de metrô (fomos espertos em ter comprado os sacos de dormir). Sinceramente não fiquei desesperado, estava até esperando que algo desse nível fosse acontecer durante a viagem, tinha chegado a hora.

Quando a esperança já tinha acabado totalmente e esperávamos só porque ninguém tinha tomado a iniciativa de dar um basta na situação, aparece uma menina saindo do meio do portão negro do prédio. Era ela, a Adela. Tinha uma cara muito meiga e confiável. O que ocorreu foi um mal entendido, ela foi nos aguardar na estação de trem e nós fomos direto para a casa dela. Nada que 2 xicaras de chá tradicional Tcheco (com mel) depois não fosse esclarecido. Fomos muitíssimo bem recebidos, ela nos colocou no quarto e nos deu diversas dicas sobre a viagem.

A Adela era bem pobre, usava o metro sem pagar e eventualmente era pega e pagava a multa. Aprendemos com ela que ninguém pode ser multado mais de uma vez no mesmo dia, então se um dia tu fores multado em Praga às 7hs da manhã, por exemplo, pode ficar pegando o transporte sem pagar o resto do dia que não da nada! Sacou?

Acho que é isso, em breve volto com mais.